Meus defeitos não são inefáveis. Sou repleta de pecados e sei que Deus não precisa de mim. Eu necessito do amor de Deus, de algo que traga um acalanto numa repetição constante de amor, amor e amor. O avesso do des- espero. Espera. Esperança. Sim, tenho desejo de sair da minha repulsividade humana. Assumo que já matei, roubei, adulterei, menti, blasfemei, murmurei em todos os seus profundos detalhes grandiosos de tais desvios. Mas não me julgue, embora eu também já tenha julgado. Não há quem possa dizer que eu não amo a Deus, ainda na minha pequenez. Nunca melhor, nunca mais especial, nunca mais merecedora. Necessito crer em Deus. Isso até pode parecer uma troca de preenchimento existencialista. Por que não? Amo a Deus porque dele necessito. Amor egoísta dentro de todos os meus defeitos que não temo assumir porque Ele os sabe.
